No Saral realizado no dia 26 de Julho, pela primeira vez fui realmente impactado por um relato de um colega. Diferentemente da maioria que vinha se apresentado até então, o colega (o qual não lembro o nome mas gostaria de conhecer melhor) teve seu belíssimo texto lido, a respeito da ausência do seu pai, sob o título de “Amor só de Mãe”.
Este é um tema que muito tem sido tratado nos últimos anos mas que talvez ainda não tenha alcançado a força que deveria. Tal necessidade de colocar isso em pauta pode ser minimamente explicada pelo fato de, atualmente, 5,5 milhões de crianças brasileiras não terem o nome do pai gravado em sua certidão de nascimento. Em paralelo a isso também vemos cada vez mais pais que, apesar de estarem no registro da criança, não estão presentes na vida desta.
Não a toa, o termo abandono paternal foi criado nos EUA e vem sendo utilizado por aqui recentemente.
Mensurar o tamanho do impacto que este tipo de cultura traz para nossa sociedade é bastante difícil, ainda mais quando temos uma cultura que, infelizmente, considera normal este tipo de comportamento. Quem não tem em sua proximidade um parente ou colega que vive esta situação? Eu mesmo poderia listar alguns. Uns levam e aceitam isso melhor, outros tem sérios problemas psicológicos e emocionais em decorrência disto.
Espero que este quadro se altere nos próximos anos, e que seja possível que mais pais façam como o meu (e tenho muito orgulho de dizer), e busquem estar com os filhos mesmo após uma separação. Cada vez é mais possível (E NECESSÁRIO) regimes de guarda compartilhada, e cuidado por PAIS E MÃES!
Que este tipo de relato torne-se cada vez menos corriqueiro nos próximos anos!
